Descobri que sou alérgica à vida – uma história de chá, alergênico
Sou alérgica à raiva e à agonia que fazem meu sangue ferver
Que fazem minha ansiedade querer sair pelos poros de minha pele
Sou alérgica aos ares de indiferença
Que entopem minhas vias e me fazem sufocar de auto-penitência
Sou alérgica à ingratidão
Que inflama meus olhos e derrama esperanças em pesadas gotas
Sou alérgica à palavras não ditas
Que incham minha glote e me fazem querer gritar quando não há ninguém para ouvir
Sou alérgica à poeira do tempo
Que coça meu corpo inteiro numa vontade de fazer o que não dá mais para ser feito
Sou alérgica a imagens antigas
Que tiram a força de minhas pernas e me impedem de dar um passo adiante
Sou alérgica ao frio na espinha
Que me lembra de tudo o que eu tenho que esquecer e que ainda me persegue
Descobri que sou alérgica à vida
E que viver provoca reações adversas
E que o único anti-histamínico possível
É se perdoar e não olhar para trás
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