Chá ou Café?

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quarta-feira, setembro 04, 2013

Existencializando na fila do banco – uma história de café, de repartição


Fila de banco sempre me desperta um sentimento metafísico.

É aquele negócio, você tá ali, ocioso, no meio de desconhecidos, olha pro tempo, o tempo não passa. Aí você lembra que o tempo é relativo. Então resolve contar quantas pessoas têm à sua frente. Analisa o espaço que estão ocupando. Faz contas para tentar prever quanto tempo vai demorar pra chegar a sua vez e, de novo, se lembra que tanto o tempo, quanto o espaço são relativos.

Nesse preciso momento em que toda a teoria da relatividade passa diante dos seus olhos, e você se depara com a triste realidade em que está preso, é que cede aos devaneios, principalmente os existencialistas.

Porque, né, não existe lugar mais propício para um existencialismo do que fila de banco. Todas as questões fundamentais da vida começam a se esfregar libidinosamente na sua cara.

O que é que eu tô fazendo aqui?
Qual é o sentido disso tudo mesmo?
Não tem um jeito de acabar com isso mais rápido?
Será que falta muito pro fim?
O que eu fiz para merecer isso?
Por que é que eu tenho que aguentar esse tipo de coisa dessas pessoas?

E a lista poderia ser muito mais extensa, beirando é claro um niilismo pouco poético, mas talvez até um tanto tuberculoso, porém é melhor parar por aqui.

Aí então esses pensamentos quase-suicidas dominam a sua mente durante toda a sua via-crúcis até atingir a boca do caixa, não sem antes ser interpelado por um ou dois vovôs e vovós falantes e muito bem humorados (eles já superaram o existencialismo há muito tempo), e finalmente quando você é atendido, lhe ocorre a iluminação final, a grande epifania.

Vou fechar essa porra dessa conta nesse banco. Morte aos porcos capitalistas.

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