Ser especial é tudo,
não é mesmo?
Quando eu era criança,
diziam que especial é nome de pastel.
Houve um tempo em que
especial era a pessoa com deficiência mental.
Mas hoje, todo mundo
quer ser especial. Se sentir especial. Mas não quer ter nada a ver
com pastel (só se for gourmet) e muito menos com deficiência mental
(se bem que reparei que autismo está hype).
Todo mundo quer ser
especial.
Tem gente que prefere
ser especial do tipo pessoa muito importante. Tem aqueles que optam
por ser Prime, Premium, One e tantos outros. Nem os alimentos ou
objetos escapam. É gourmet, é gourmand, é releitura, é
assinado....
Minha terapeuta me
explicou que, normalmente, as crianças desenvolvem essa sensação
de sou especial para ajudar a superarem algum trauma na infância e
poderem seguir em frente.
Então, das duas uma,
ou querem que a gente acredite que tem que ser muito especial para
lidarmos com os medos e desafios dessa vida, ou então estamos
cercados por milhares de crianças medrosas que só querem voltar
correndo para assoar o nariz na barra da saia da mãe.
Todo esse povo lutando
tanto para ser tão especial só pode estar realmente com muito medo
de olhar para si mesmo e perceber que é feito da mesma matéria e
essência que o especial ali do lado. E não existe rótulo nenhum
que possa mudar isso.
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