Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

quinta-feira, março 01, 2007

Wonderland or Neverland? – uma história de chá, onírico

Se você pudesse escolher, para onde iria: Terra do Nunca ou País das Maravilhas?

Eu sinceramente não sei. Houve um tempo em que eu provavelmente escolheria ir para a Terra do Nunca, a idéia de crescer, virar gente grande, arranjar um monte de responsabilidades estúpidas e ter que lidar com preocupações irritantes nunca me animou muito. Sendo assim, permanecer criança para o resto da minha existência sempre me pareceu a melhor solução para todos os meus problemas. Sem contar que eu adorava a Sininho e a possibilidade de poder voar para qualquer lugar. A única coisa que me incomodava era aquela gritaria de meninos perdidos, tenho um adulto ordeiro escondido dentro de mim, mas nada que uma boa conversa civilizada não resolvesse.

Por outro lado, o País das Maravilhas sempre se apresentou muito mais colorido, alegre e cheio de mistérios para mim. Por mais que toda aquela liberdade da Terra do Nunca me cativasse incondicionalmente, eu sempre achei o lugar meio sombrio, aquela Ilha forrada por uma floresta Tropical, densa e cheia de predadores escondidos, sem mencionar é claro, o capitão gancho e aquele crocodilo que engoliu um relógio. Aquele tic-tac sempre me deu frio na espinha. É aí que entra o País das Maravilhas, um lugar em que você pode crescer, diminuir, fumar narguilé com uma centopéia, ser uma peça de xadrez, ter um exército de cartas de baralho, tomar chá com o Chapeleiro Maluco e a Lebre de Março e ainda completar 364 (não em anos bissextos) desaniversários. A perspectiva de diversão é incrivelmente muito maior. Além daquele coelho branquinho que sempre me passou muito mais paz e segurança do que o desmiolado do Peter Pan (olha só a minha parte velha conservadora gritando de novo).

Mas acho que sim, se fosse para escolher apenas um lugar para viver, eu escolheria o País das Maravilhas. Até o nome é mais convidativo: Maravilhas, não Nunca. Um lugar em que qualquer coisa pode acontecer, inclusive pintar rosas brancas de vermelho, ou dar risada com um gato que aparece e desaparece. Quer lugar mais divertido do que esse? Não consigo pensar em absolutamente nada melhor.

Deste modo, é com muito pesar que eu me despeço de Peter Pan, Wendy e todos os meninos perdidos e adoto a terra da Rainha de Copas como meu novo lar. Pretendo em breve já agendar meu primeiro chá com o Chapeleiro, isso se eu conseguir alcançar o coelho para descobrir que horas são. Depois, irei gastar todos os meus dotes esportivos em uma animada partida de cricket com a Majestade e, por fim, conversar longas horas em cima do muro com Humpty Dumpty.

Mal posso esperar! Que ótimas surpresas e surreais irresponsabilidades essa nova vida me reserva. Vou já fazer minhas malas, adormecer embaixo de uma árvore e esperar feliz da vida a hora de me jogar de cabeça no primeiro buraco que encontrar.

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