Ode à cama – uma história de chá, servido na casa de Morfeu
Nunca pensei na cama como algo COMPLEXO até que, outro dia, me chamaram a atenção para o fato e sim, acho que a cama, esse objeto importantíssimo tanto para a manutenção, quanto à sustentação da espécie, é muito mais complexo do que se possa imaginar.
Quantas horas um ser humano normal passa em cima desse móvel tão peculiar? Considerando a média típica, 8 horas por dia, podemos dizer que passamos um terço de nossas vidas na companhia de tão aconchegante peça de mobília. Com tamanha convivência, é impossível não criar laços de afeto e até dependência pelo objeto inanimado, mas capaz de causar desejos desenfreados e fúrias de ansiedade.
Quem nunca abandonou a cama com aquele olhar de desespero, com aquele suspiro incontrolado, com aquela vontade de quero mais, com aquela sensação de prazer interrompido? Quem nunca passou o dia inteiro ansiando pelo momento de reencontrá-la, jogar-se a seus pés, abraçá-la e deixar-se envolver para uma noite de puro deleite e reconforto, para no novo amanhecer, ao abandoná-la, desejá-la com todo o ardor mais uma vez.
Quantas coisas se passam em cima de uma cama. Quantas conversas no meio da noite, no começo do dia. Quantos cochilos despreocupados no meio da tarde, quantas confissões. Quantos sonhos não realizados, quantos desejos encontrados, quantas esperanças concebidas, quantas brigas conciliadas, quantos males refeitos, quantas esperas resolvidas.
No auge do cansaço, no descontrole das emoções, no desconforto das sensações, não há lembrança mais reconfortante do que, em algum momento, reencontrar a própria cama, no intuito de finalmente se sentir seguro e amparado.
Algo que nos desperta tamanha profusão de sensações, lembranças e desejos não pode ser, simplesmente, considerado apenas mais um objeto do mobiliário. Madeira, aço, alumínio, ferro, latão. Colchão, espuma, mola, algodão. É muito mais do que apenas matéria. É a essência e talvez o fim e o começo de tudo o que somos, pensamos, sonhamos e fazemos do início ao final de nossos dias.
5 Comentários:
pois é, ontem na cama eu pensei num tema sobre o qual a srta poderia discorrer neste espaço, mas esquecei qdo acordei. Vou dar uma deitada e ver se me lembro.
sabe que isso me acontece a toda hora?
A cama é tudo isso e mesmo assim tem gente que insiste em passar 24 ou 36 horas longe dela... acredita?
talvez eles tenham motivos melhores para isso.... =)
não existe motivo suficientemente bom para manter alguém longe da cama.
e eu não consegui lembrar o tema.
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