A psicanálise é uma
ciência relativamente nova. Tem pouco mais de 100 anos essa charmosa
donzela. Entretanto, está aí cada vez mais viva e altiva nas pseudo
análises de revistas femininas, mesas de bar, programas de rádio e,
é claro, divãs.
À medida que vamos
enlouquecendo um pouquinho mais, com o excesso de informação, o
trânsito, a ausência da linha de horizonte, o afastamento da
natureza, a culpa pelo tempo ocioso e as muitas novas cobranças
pessoais, ela se torna cada vez mais relevante.
Entretanto, com tanta
coisa para se preocupar, como o novo modelo de celular, que tipo de
frase de efeito postar, como aprender a usar os filtros de fotos para
impressionar os amigos e, principalmente os amigos dos amigos, fica
faltando tempo para ir ao consultório perder uma hora hora da vida
falando de si mesmo, sem contar a outra hora de trânsito, o dinheiro
do estacionamento, e talvez de um lanchinho ocasional. A gente
resolve tudo isso fazendo compras, cada um faz o tipo de compra que
mais lhe convém e pronto.
Por isso eu proponho a
novíssima psicanálise baseada nos nossos novos hábitos mais
banais. Aquela que vai a fundo nas estúpidas ações de nosso
inconsciente que vão deixando rastros inconfundíveis na rotina de
nossos dias cada vez mais bestas. Isso posto, sugiro:
A psicanálise da pasta
de dente, como o cidadão aperta o tubo pode dizer muito sobre ele
A psicanálise dos
tuítes, tá tudo ali gente, nunca foi tão simples
A psicanálise do gosto
musical, diga-me o que ouves e te direi quem és
A psicanálise do
google, que tipo de coisa você costuma perguntar ao oráculo
A psicanálise da
comida por kilo, você pega salada? Carne? Lasanha? Evita o café
cortesia?
E por aí vai. É
simples, basta observar. Estamos todos, a cada dia, mais pra lá do
que pra cá. Não que isso seja mau, nem que seja bom. É que sei lá.
Era bom parar um pouquinho, dar uma olhadinha em si mesmo, sem que
isso signifique atualizar a página pessoal, e tentar algo novo. Algo
que saia da curva. Mas que por favor, não tenha a farmácia em sua
parábola.
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