Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...
Aula de balé – uma história de café, à ribalta
Levo uma vida de
bailarina. Vivo na ponta dos pés.
Não por graça ou
elegância. Menos ainda por compasso ou vocação.
A realidade é que eu
sou baixinha. Mas tão baixa que passo o dia elevando o corpo com a
ajuda do dedão e nem me dou conta disso. Só quando me abaixo e
reparo no calo que cresce com desenvoltura, alimentado por essa mania
de viver tentando alcançar o céu.
Garanto. Nem percebo.
Quando vejo, já estou de novo tensionando a panturrilha e ganhando
alguns centímetros. Porque centímetros, todo baixinho disputa a
tapa. Qualquer centímetro já faz toda a diferença.
Pode ser para alcançar
alguma coisa numa prateleira, para conseguir enxergar melhor,
para fazer uma confissão ao pé do ouvido, para abraçar, para
dançar e até para falar mais alto.
Levo a vida na ponta
dos pés. Mas sou desastrada, estabanada, desajeitada. Nunca seria
uma boa bailarina. Mesmo assim, insisto. Recuso o salto. Até abraço
a sapatilha. E sigo subindo degraus imaginários. Na esperança de
que um dia, ao invés da plateia, o mundo é que se curve para mim.
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