Chá ou Café?

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quinta-feira, agosto 17, 2006

E tudo começou em Plutão – uma história de chá, cósmico

Outro dia li uma notícia interessante. Recentemente, cientistas descobriram no universo um possível décimo planeta para nosso sistema solar. Trata-se de uma massa congelada e sem vida, maior do que Plutão e que estaria colocando muita dúvida na cabeça de nossos estudiosos. Essa descoberta se enquadra nos critérios definidos para ser um planeta, já que é apenas um aglomerado de matéria morta e gélida? Sendo assim, será que Plutão mereceria ainda ser considerado um planeta, já que não passa de uma versão menor desse enorme cubo de gelo? A dúvida é: o sistema solar passa a ter 10 planetas, ou será reduzido a apenas 8? Mais além: como solucionar esse problema se os cientistas não tem definido quais sãos as características básicas que um pseudo-planeta deve apresentar para ser considerado um planeta? E mais, será que Plutão e esse suposto novo planeta, (o cientista que o descobriu quer chama-lo de Xena, sim em homenagem ao seriado) se importam se são considerados planetas ou não pelos brilhantes cérebros humanos?

Obviamente, não estou aqui para discutir a questão científica do assunto. Se o sistema solar tem 8 ou 10 planetas, isso muito pouca diferença faz no meu próprio mundinho. O que me importa é a questão mais filosófica da coisa. Quem raios somos nós, minúsculos habitantes do então chamado terceiro planeta do sistema solar, que nos achamos muito importantes para sair por aí nomeando coisas e colocando uma suposta ordem no universo.

Ora, o universo é feito do caos. A criação do universo, de onde viria a amada-idolatrada-salve-salve Terra, veio do caos, de uma grande e caótica explosão, desordenada, desorientada, sem sentido, sem começo, sem meio, sem fim. Se o início de tudo, se o pontapé inicial, nasceu de uma imensa zona cósmica, porque os seres humanos teimam em querer colocar ordem nas coisas? Nomes para estrelas, planetas, constelações, sóis, isso aqui é uma lua, aquilo é um anel, mais à frente vemos uma galáxia, aquilo é poeira cósmica, isso é lixo e blah blah blah. Me diga, que diferença faz para Plutão, efetivamente, que os habitantes da Terra o chamam de planeta ou não? A infame massa amorfa e congelada não vai mudar seu curso por causa disso, nem derreter ou se descolar para a próxima dimensão. Simplesmente nós, os humanos, únicos seres vivos dotados de inteligência no nosso sistema, sentiremos o poder da posse, afinal, nomeio aquilo que conheço e isso passa a não ser mais tão desconhecido assim. E o que eu conheço, eu não temo e o que eu não temo, eu domino e o que eu domino, sou automaticamente dono e superior.

Pra que ficar procurando o SENTIDO DA VIDA. Pra que exigir tanta explicação? Tudo isso não passa de um grande medo. Medo do desconhecido, medo daquilo que não se tem compreensão. Porque se você pudesse precisar o sentido da vida, então tudo se encaixaria, teria uma razão, não precisaríamos mais temer o amanhã, ou a morte, ou as catástrofes, afinal, tudo isso faria sentido. E se faz sentido, é porque está certo, não? Pobres animais racionais, tão presos nas suas racionalidades e racionalizações, que nem se dão conta de que as coisas são tão mais simples, tão mais puras. De repente, se a gente não passasse tanto tempo tentando justificar toda e qualquer coisa ou ação, sobraria mais tempo para simplesmente sermos felizes e só.

Frente à grandiosidade do Universo, frente à nossa total incapacidade de sequer imaginar as corretas dimensões de toda essa imensidão galáxia a fora, recorremos ao velho truque do conhecimento. Porque se eu sei algo que ninguém mais sabe, então eu sou melhor. Se eu sei o nome e onde está cada fagulha do universo, ele não me bota medo. Não importa que ele seja infinitamente maior do que eu e que talvez eu não seja o único ser pensante existente. Enquanto eu achar que sou sim e, por conseqüência, souber que apenas EU tenho essa consciência, A CONSCIÊNCIA do que existe no universo, sem que o universo tenha consciência de mim, estarei salvo.

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