A luz dourada
abrilhanta as folhas verdes.
O céu anil contrasta
em destaque.
O vento movimenta a
cena, acompanhando o ritmo da melodia que ouço.
Enquanto isso, a crosta
de poluição no horizonte me desgasta.
São Paulo é uma
questão de gestalt.
Existe beleza. Existe
tristeza. Existe poesia. Existe concreto.
Cada um vê o que quer.
Do jeito que quer. Quando quer.
Os invisíveis nas
calçadas.
O lamento silencioso
dos rios.
O desespero nos
escritórios.
A solidão de árvores
raquíticas e uns tantos ipês.
E como ficam belos os
ipês no outono tropical.
De longe parecem
ramalhetes de flores secas.
Rosas, roxas, amarelas.
Incandescentes.
No quadro. Meu quadro.
De fundo azul de brigadeiro.
Aqui, cada um pinta o
que quer.
Cada um colore ou
descolore como acha.
Mesmo que o cinza
impere.
Mesmo que a indiferença
prevaleça.
Mesmo que a enganação
seja rainha.
Eu escolho o que quero
ver hoje.
Provavelmente não é o
que gostaria de ver amanhã.
Eu me engano. Da mesma
forma que sou enganada diariamente.
E fecho os olhos. E
tento não ouvir.
E quando abro, me
esforço para ajustar o foco novamente.
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