Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Abrir gavetas e a geladeira: uma experiência metafísica – uma história de chá, do chapeleiro maluco

Você já se pegou fazendo coisas improváveis só porque sua mente estava num lugar e seu corpo no outro? Deixa eu explicar. Coisas estúpidas, ações sem sentido que você faz quando quer pensar, ter idéias, resolver problemas, clarear a mente. Hum, você não é tão louco assim? Receio que sou...

Vira e mexe me pego abrindo as gavetas, o armário, a geladeira, sem motivo algum. Não quero nada que está dentro de nenhum deles. Simplesmente abro, olho seus conteúdos, sem na realidade ver coisa alguma e depois me dou conta do que estou fazendo e fecho tudo de novo. Normalmente, isso acontece quando meu corpo está lá, naquele ponto, mas a minha cabeça está longe, longe. Faço isso quando preciso ter alguma idéia, achar a solução para algum problema e todas as táticas habituais já se encerraram. Estou encurralada, em um canto, sem ter para onde correr, nenhuma linha de raciocínio sobrando para usar. Então, eu recorro aos meus escapismos naturais. Portas, janelas e o meu preferido, fazer xixi. Tá, parece escatológico, mas não é. Juro. É só sentar no trono e parece que o líquido que sai, deixa espaço para que as sinapses ocorram de modo mais ordenado. Sempre volto com alguma idéia. Pode não ser a idéia do século, ou a solução para todos os problemas do mundo, mas já dá para adiantar um pouco o que quer que eu esteja fazendo.

As vezes, também é bom folhear um livro. Uma revista cheia de figuras é incrivelmente melhor. Outras vezes, mexer no celular, por nada. Beber água, andar no corredor... essas coisas sem explicação, mas que mudam a gente.

Não sei, acho que quanto mais você olha para o problema, menos você vê a solução. É preciso se distanciar, olhar de longe, para enxergar o que está acontecendo. Porque quando grudamos o nariz na folha de papel, é impossível ler o que está escrito. Só tomando a distância correta, é possível colocar sentido naquele monte de tracinhos dispostos aparentemente de modo tão aleatório, mas que na realidade, fazem todo o sentido do mundo.

A mesma coisa que estar num museu, olhando aqueles painéis bem de perto. Você pode até perceber alguns detalhes interessantes, olhar a direção das pinceladas, reconhecer a técnica utilizada pelo artista, mas apenas dando alguns passos para trás, é que você consegue ter a noção correta das dimensões da obra, de seu contexto, de sua importância, de sua mensagem.

Por isso, fica aqui o meu total e inegável apoio às atitudes incoerentes, aleatórias, sem explicação e fundamentais para o desenvolvimento de qualquer coisa e coisa alguma do ser humano.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Oi, Raquel! Td bem?!

Adorei o texto "Mulheres que pensam demais, uni-vos!". A Carla me indicou o seu site eu resolvi dar uma passadinha por aqui. Vou visitá-la mais vezes.

Um super beijo!

Dani (amiga da Cá - de Santos)

24 agosto, 2006 13:22  

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