Chá ou Café?

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quarta-feira, agosto 23, 2006

Eu fui uma planta na última encarnação – uma história de chá, verde

Acredito ter sido uma planta na última encarnação. Isto porque não importa qual seja o problema que me aflige, eu sempre me sinto melhor depois de uma exposição a luz solar. Males do corpo ou da alma, não importa. A mim, tudo o sol cura. Um santo remédio. Sem contar o poder que tal estrela incandescente tem na variação do meu humor. Com sol, bom humor, as vezes radiante. Sem sol, melancólica, introspectiva.

Acredito que esse lance do humor ocorra com muita gente. É até caso provado, comprovado pela ciência. Em países onde o sol brilha em menor intensidade, as pessoas passam menos tempo vadiando e mais tempo trabalhando, porque não tem motivação para ficar pelas ruas, largadas, curtindo o dia. Uma comparação estúpida, mas válida. Brasil e Espanha. O norte do Brasil é muito quente, o sul nem tanto. Na Espanha, ocorre o contrário. Enquanto aqui, as pessoas que vivem na parte norte são tachadas de preguiçosas, lentas, relaxadas, festivas e mais alegres (ligação direta e incontestável com o calor que faz nessa região), na Espanha, é exatamente o oposto. O sul, mais quente devido a sua posição geográfica, é a terra do Flamenco, das festas, do calor, do sol, da alegria, das siestas mais longas e da preguiça. Tudo por culpa do sol, é obvio.

Mas se o sol causa essa entorpecência boa em todos, ou quase todos os habitantes da Terra, porque só eu tenho que ter sido uma planta na encarnação passada? Não sei. Simplesmente me agrada a idéia de ter sido uma. Alguns dizem que deve ter sido chato nascer e morrer no mesmo lugar, ter raízes fixas, mas sei lá, não gosto de pensar tão limitadamente. Eu posso ter sido um pinheiro de natal, ou uma violeta que enfeitava uma casa, ou várias, ou um Jequitibá enorme no meio da mata fechada. Posso ter sido uma orquídea e florescido apenas uma vez por ano, ou posso ter sido uma parreira e me espalhado por todos os lados. Também posso ter sido alguma planta alucinógena, um cacto, algum psicotrópico e ter participado de alguma viagem deveras interessante.

Não dá para dizer que a vida teria sido monótona. Talvez não fosse o seu ideal, mas com sol suficiente, ou melhor, mais do que o suficiente, tenho certeza de que eu seria muito feliz. É só fazer um dia bonito de sol que eu não consigo ficar parada na minha cadeira no escritório. Levanto toda hora para olhar pela janela, movo a cadeira para onde tem uma nesguinha de luz solar. Fico admirando o céu azul, o contraste com as folhas verdinhas das árvores e suas flores vermelhas, rosas, amarelas, brancas. E fico procurando sentir o calor do sol.

Adoro o sol no seu nascente, tímido e promissor. Adoro o sol ao meio dia, toda a sua intensidade bem acima de todas as cabeças trazendo uma tarde cheia de bons sentimentos. Adoro o pôr do sol pela sua beleza, apesar de me entristecer com sua ida. Eu amo o sol, acredito até que, com algum esforço, eu comece a fazer fotossíntese de novo. Eu realmente devo ter sido uma planta na última encarnação.

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