Manifesto Vespertino Ensolarado – uma história de chá, de girassol
Numa belíssima tarde de sol, todo cidadão de bem (o que quer que isso signifique) deveria ter direito a:
• Sair do trabalho na hora do almoço como se nunca mais fosse voltar (e efetivamente voltar apenas na segunda feira).
• Beber uma cerveja estupidamente gelada com os amigos sem ter nada melhor para se preocupar.
• Estalar os dedos e miraculosamente se materializar na praia usando apenas trajes de banho, óculos de sol, uma água de coco numa mão e lulinha à dorê na outra.
• Esquecer da vida afundado numa rede confortável, ouvindo o barulho do mar e olhando para a linha reta do horizonte.
• Cochilar profundamente na varanda, embalado pelo barulho do vento na copa das árvores e o calorzinho do sol entrando sorrateiramente pelo vãozinho da laje.
• Tomar um sorvete enorme com calda e cobertura, fazer sujeira e rir contente da vida com toda a bagunça.
• Estender o lençol no gramado verde da praça, embaixo de uma árvore, e dormir sentindo o cheiro de mato e o tagarelar dos passarinhos.
• Mergulhar de cabeça no mais cristalino dos lagos pra depois se aquecer feito lagarto numa das pedras da margem.
• Se enfiar sem medo de ser feliz embaixo das águas congelantes de uma cachoeira e só sair depois de sentir o corpo e a alma limpas.
• Sentar no alto de uma montanha e esperar o sol se pôr, ouvindo enquanto isso, todas as músicas preferidas de sua vida.
• Andar de bicicleta em chão batido de terra, dando cavalinho de pau no fim de cada reta.
• Ficar boiando nas águas límpidas de uma piscina, sentindo o sol bater na cara, enquanto balança os pezinhos
• Tomar lanchinho da tarde na casa da vó. Pão fresquinho saindo do forno, café passado em coador de pano, manteiga aviação e aquele cheirinho de estou em casa.
• Correr livremente pela rua, sentindo o vento bater na cara e a sola dos pés mal tocar o chão.
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