Chá ou Café?

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quinta-feira, novembro 09, 2006

Ode à Impressora – uma história de café, sem impressão

Ó magníficas máquinas eletrônicas de imprimir, vos que sois tão incrivelmente majestosas, porque me odiais com tamanha intensidade? Que haverá essa pobre escrava de vossos serviços feito para vos irritar tanto, a ponto de nunca mais imprimir-me algo antes de severa sessão de torturas e crueldades?

É só comigo, ou as impressoras foram criadas apenas para aporrinhar ainda mais a humanidade? Elas simplesmente me odeiam, com toda a força de seus cartuchos e cabeças de impressão. Nunca, mas nunca eu tive momentos de alegria ao lado de uma dessas maravilhosas máquinas modernas. São sempre barulhos estranhos, mensagens de erro e folhas e mais folhas desperdiçadas.

As impressoras são como animais, elas sentem seu medo, sentem sua apreensão. Quanto mais você precisa delas, menos elas vão te ajudar. Típico exemplo da criação que passa a ter total controle sobre seu criador, trazendo apenas discórdia e descontentamento.

Se você tem pouco tempo e precisa imprimir algo rapidamente, isso definitivamente não vai acontecer. Primeiro, a dita cuja vai puxar todas as folhas de uma vez só e travar. Depois, você vai perder um tempão desfazendo a confusão. Aí, você vai ter que cancelar e mandar tudo de novo. A impressora, dessa vez, vai repetidamente se recusar a puxar qualquer pedaço de papel que você coloque, ao contrário da travessura anterior. Em seguida, após muita insistência, ela finalmente pega apenas uma folha e começa a impressão. Você suspira aliviado e sentindo a quebra da tensão, a danada simplesmente corta a impressão no meio e cospe a página fora. Sem saber o que você fez de errado e já tremendo, você refaz todos os passos e espera ansiosamente pela reação. Como uma boa menina, sem reclamar, a impressora pega a folha e, milagrosamente, imprime perfeitamente e, ainda por cima, repete a operação. Nesse momento de júbilo profundo, você se afasta com um sorriso na face, respira profundamente e vai beber uma água, ô canseira. Quando você volta, o caos está instaurado. A filha duma mãe está piscando todas as luzes, como uma árvore de Natal, as folhas estão todas espalhadas pelo chão, umas borradas, outras tantas amassadas. Pacientemente, você arruma tudo, troca os cartuchos de tinta, cancela o processo pela milionésima vez e, exausto, tenta de novo. Depois de muito tempo, paciência e bom humor perdido, o serviço está feito, mas seu prazo (que prazo?) já era!

Eu, sinceramente, acho que devo possuir algum tipo de feromonio que, em contato com alguma ligação elétrica da impressora, provoca uma quebra de comunicação máquina-máquina irreversível. É só eu estar perto da talzinha para ela não imprimir porcaria nenhuma. A minha tática atual é colocar as folhas, verificar os cartuchos e sair correndo, ficar bem longe. De uma distância saudável, observo com o canto dos olhos como tudo está saindo, sem que ela me veja, é claro. Terminado o trabalho, volto e pego as folhas delicadamente, para que ela não sinta a minha presença e fujo mais uma vez. Nesse balé desengonçado, vamos vivendo nossos dias até que de forma harmoniosa. Se eu olho muito para ela, é melhor desistir. Se converso então, nem pensar. Ela sumariamente me odeia. Tenho que fingir que não estou aqui, que ela não me vê, que sou minúscula e invisível, porque se me faço presente, já viu.

Atualmente, acredito que a impressora seja “The Ultimate Creation of Murphy and Poliana”, praticamente como um bebê de proveta dos dois. Tudo que pode dar errado com ela, vai dar, enquanto você se convence de que tudo poderia ser muito pior. Porque no tempo do seu avô, quando eles tinham que fazer tudo a mão, arcaicos processos litográficos, ou pesadas e barulhentas máquinas de escrever, tudo era muito mais complicado... Mas era sim, viu?

2 Comentários:

Blogger Baú das Peças disse...

compre uma XEROX ... eu te vendo
(51) 3031-4001

30 outubro, 2008 19:44  
Blogger Baú das Peças disse...

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30 outubro, 2008 19:44  

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