Chá ou Café?

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quarta-feira, novembro 22, 2006

Terrorismomania (o?) ou fobia – uma história de café, turco ou árabe

Odeio essa mania de terrorismo (e nesse momento, o google arregala os olhos para esse texto porque eu usei a palavra “terrorismo” [ops, de novo], contribuindo para a teoria da conspiração).

Mas como eu ia dizendo, odeio essa mania de terrorismo (3). As pessoas estão sempre exagerando as coisas para a pior, pintando quadros mais atemorizantes, instaurando um clima de terror e medo no ar. Seu chefe chega e diz que hoje o dia será foda. Você pergunta o porquê e ele apenas diz que vai ser beeeem foda. Nisso, a tensão do ar já pode ser cortada com faca, ou serra elétrica, dependendo do grau de paranóia do restante dos presentes. Ninguém sabe o motivo, todo mundo só sabe que está fudido, ninguém sabe que horas vai embora, quanto mais vai ter que trabalhar, se alguém será demitido, quem vai gritar com quem, quem vai mandar quem aonde e aquele clima de insegurança não deixa mais ninguém em paz. Mesmo que, no fim do dia, tudo acabe bem, todos saiam no horário e nada de pior aconteça, (mesmo porque ninguém mais se preocupou em perguntar o que de fato aconteceria), você teve um dia de cão com aquela monstruosa pulga atrás da orelha, esperando apenas o pior acontecer.

Obviamente, os ambientes corporativos, ou empresariais, ou de trabalho em geral são muito propícios para essa prática de terrorismo (4) psicológico, afinal, tem sempre alguém querendo puxar o tapete de alguém, fulano que adora brincar de dar ordens, cicrano que odeia obedecer, mas será que precisa exagerar tanto? Tamanha energia desperdiçada com o lado negro da força. Dava para fazer tanta coisa melhor com toda essa carga de tensão e adrenalina, pensa só em quantas cachoeiras dava para ter decido de bote ou quantas montanhas não podiam ter sido escaladas.

É claro que o terrorismo (5) social, não faz parte apenas das relações estabelecidas através de vínculos empregatícios. Você pode encontrar sua manifestação nas mais diversas formas de atividades/relações humanas. Pais e filhos, por exemplo, terrorismo (6) de primeira. O filho que não respeita o pai, simplesmente o teme profundamente. O pai que não consegue ter uma conversa aberta com o filho e somente o afugenta, acreditando estar, assim, evitando um mal maior.

E tem também o terrorismo (7) de mercado. Compre agora. Últimas unidades. Imperdível. Olha moça, essa é a última peça, eu não posso reservar para a senhora e não sei se vai estar aqui até mais tarde, tem saído muito, sabe? Você vai fazer compras e sempre tem aquele nervosismo no ar. Será que é o melhor preço, será que é a melhor marca? E o vendedor ajuda na manutenção do terror, vão aumentar o preço amanhã, é melhor levar dois desse, só para garantir.

Você quer ir ao teatro, mas todo mundo também quer ir, afinal, são os Últimos Dias. Você tem que chegar primeiro, tem que ser mais rápido, tem que garantir seu ingresso. O que será de você se deixar de ver justamente essa apresentação imperdível desse grupo espetacular? Todo mundo já viu, ou pelo menos falou que viu e estão dizendo que logo sai de cartaz, é melhor correr.

Sem contar aqueles terrores cotidianos. Tem só um rolo de papel higiênico na despensa, é melhor sair agora de madrugada e comprar mais, vai que amanha o PCC fecha todo o comércio de novo e a gente fica literalmente na mão? Ou a variação para fumantes, tenho apenas 10 cigarros, hoje é quinta feira o final de semana já está aí, melhor comprar uns quatro maços só para garantir e ficar seguro.

Depois de tudo isso, só posso concluir que, hoje em dia, o terrorismo (8) não é mais estratégia de guerra ou ação de grupos ideologicamente organizados, é um estado de espírito. Ou você vive sob a tensão do terror, ou simplesmente você não faz parte de um ciclo de convivência e hábitos minimamente respeitáveis aos olhos dos cidadãos (de bem) do terceiro milênio.

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