Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

quarta-feira, novembro 29, 2006

E porque eu sou uma daquelas pessoas que não gostam de Natal – uma história de chá de gengibre

Antes de mais nada, não, definitivamente não, eu não tenho nenhum trauma de infância relacionado à referida data. Sempre ganhei presentes, o Papai Noel nunca tentou me atacar e descobrir que, na realidade, o bom velhinho era apenas mais um homem gordo de barba não foi o estopim de nenhum drama familiar. Eu apenas não gosto do Natal por uma série de razões (algumas racionais, outras nem tanto) que eu fui juntando ao longo dos tempos. Eis aqui algumas delas:

Eu simplesmente odeio toda a falsidade que o maravilhoso espírito de Natal nos traz. As pessoas se abraçam sem que queiram se abraçar, desejam boas festas sem reais boas intenções, as famílias se reúnem e, no fim da festa, ficam uns fuxicando da vida dos outros, as promoções das lojas são enganosas e os vendedores simpáticos em demasia.

O trânsito vira uma merda, o comércio vira uma merda, andar na rua vira uma merda, viajar vira uma merda. Tem muita gente todo tempo em todo o lugar. É gente querendo comprar presente, gente querendo chegar mais cedo, gente querendo comer e beber e comemorar. Tudo que fulano não fez o ano todo, resolve fazer nos 45 do segundo tempo, achando que vai mudar o mundo. Ho ho ho, a se vai!

E tem aquele povo que acha o máximo realizar trabalho voluntário só no Natal. Puta hipocrisia, não fez nada o ano todo, quase atropelou velhinha, cuspiu na cara de menino de rua, amaldiçoou os projetos sociais e agora, só porque é Natal (ho ho ho, mais uma vez), acha lindo ajudar os “menos abonados”, porque afinal, todo mundo merece ser feliz nessa data tão festiva.

Tá, aí você vai dizer que eu sou uma pessoa sem coração, que o espírito de Natal não está relacionado com o Papai Noel e presentes, mas sim com o nascimento do salvador e etc. Bem, até onde eu sei, em 25 de dezembro era comemorada uma festa pagã que celebrava o refortalecimento do sol com o fim do solstício de inverno, trazendo a vida de novo à terra e como a Igreja Católica precisava ganhar essa também, colocou uma data imbatível e incontestável no lugar e fez-se a belíssima história de natividade. De certa forma, sendo isso uma data a ser comemorada pelo calendário religioso mais dia ou menos dia, não faz muita diferença se é 25 de dezembro ou 13 de maio, a diferença está na afetação das pessoas por causa da tal data, tudo muito artificial, porque no fim das contas, ninguém nem mais presta atenção no aniversário de quem está se comemorando. O importante é ver e ser visto. Eu ajudei esta instituição, organizei essa festa, ganhei isso naquela promoção, dei aquilo para meus filhos.

Agora, o melhor de todos é o Papai Noel nas suas roupas polares, bochechas rosadas e barba branca desfilando no nosso calor tropical de 40 graus. Pobre bom velhinho. E haja bondade para passar dias assando naquela roupa. Sinceramente, gosto mais do Coelhinho da Páscoa, branquinho, olhos vermelhos, pulos altos e sem muita história.

Na realidade, tem sim uma coisa que eu gosto no Natal. Rudolph, a rena do nariz vermelho. Tem coisa mais engraçada do que um veadinho voador que ainda tem um GPS no nariz que por acaso é vermelho? É fantástico. Definitivamente meu preferido.

Mas realmente, o melhor do Natal é quando ele acaba. É claro que eu gosto de toda a comida e bebida boa que rola e dos presentes, mas não tem nada melhor do que o fim do Natal e o início das comemorações de Ano Novo. Aquele clima de melancolia e bondade exagerada passa, dando espaço a sentimentos muito mais sinceros e naturais. As pessoas se deixam despir de tudo que é ruim, se concentram em se divertir e fazem questão de serem elas mesmas e fazerem tudo que gostam no último e primeiro dia do ano, afinal, é praticamente carnaval, pode tudo.

E se você foi ou não foi um bom menino o ano todo, isso pouca diferença faz. Porque no ano que vem, vai ser de novo tudo a mesma coisa.

3 Comentários:

Blogger Pamiss disse...

Concordo em gênero, número e grau! Não gosto de natal, sem circuito então...
Em compensação, a mocinha escrevendo...orgulho da família viu?! ;)

01 dezembro, 2006 01:14  
Anonymous Anônimo disse...

Aêêê....cada dia mais rabugenta!!!!!

11 dezembro, 2006 10:47  
Anonymous Anônimo disse...

faço das suas palavras, minhas. Natal feliz é coisa de gente hipócrita... especialmente lembrando do exemplo das tias fuxiqueiras. Mais universal q isso, impossível. Gengibre sem açúcar pra mim...

11 dezembro, 2006 11:04  

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