Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

terça-feira, janeiro 29, 2008

Os efeitos da globalização na natureza – uma história de chá, frio

Alguém já reparou que agora no Brasil, ao menos em São Paulo, no inverno faz calor e no verão faz frio? Hoje em dia, o inverno é a época de estiagem e temperaturas em torno de 30 graus. Aquele negócio de comer fondue e beber vinho no mês de julho já é passado há muito tempo. Festa junina com fogueira e vinho quente é coisa da vó, quem precisa se aquecer com um calor daqueles?

Entretanto, janeiro e fevereiro, época do calor, corpos bronzeados e pele suada é agora a época das chuvas, do friozinho, de São Paulo terra da garoa.

Mas se estamos em um país tropical abençoado por Deus e localizado na América do Sul, onde o inverno - época de frio, compreende os meses de junho a agosto e o verão - época de calor, compreende os meses de dezembro a março, alguém sabe como explicar esse fenômeno?

A explicação mais plausível que recebi foi: Globalização das Estações do ano. Faz total sentido para mim. Afinal, se as potências do hemisfério norte é que regem os princípios econômicos, culturais e comportamentais do mundo, porque não controlariam também a temperatura e as estações?

Seria mesmo muito mais simples para todo o mundo se as estações fossem sempre as mesmas, se o clima não fosse um empecilho. Obviamente, nós seres humanos não somos tão afetados por estas alterações, mas, e os “passarinhos que migram para o sul”, e as arvores que só florescem e dão frutos em certas épocas do ano? E a natureza?

Bem, em tempos de globalização, a minha única resposta para isso é: manda quem pode, obedece quem tem juízo e a natureza que se vire.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Quando o mundo se tornou tão hipócrita? – uma história de café, sem eufemismos

É impressão minha ou, hoje em dia, a hipocrisia impera em qualquer conversa, de bêbados no bar a pseudo-intelectuais no divã?

Qualquer acontecimento vira escândalo com base em argumentos falso moralistas. O que faz sucesso nos noticiários hoje em dia? Drogas, tráfico de drogas, morte por drogas, acusações de racismo ou sexismo e é claro fofoca, muuuuuita fofoca.

O século 20 passou por transformações radicais e muito intensas, o que mudou completamente o comportamento das pessoas. Entretanto, o início do século 21 viu todo esse avanço regredir bruscamente com mentalidades cada vez mais retrogradas e hipócritas.

Exemplo prático: Norman Cook, a.k.a Fat Boy Slim, DJ de música eletrônica, que marcou a virada do século, conquistou uma legião de fãs e hoje é arroz de festa de qualquer badalação brazuca apareceu ontem (domingo) dando entrevista pro fantástico no seu memorável encontro com o primeiro DJ brasileiro, Seu Osvaldo. A mesma emissora que todo dia faz o maior escarcéu dizendo que a música eletrônica é o demônio do novo milênio, que faz as pobres criancinhas usarem drogas sintéticas, que mata, que isso e que aquilo.

Agora pensa só, pra quem faz toda essa propaganda contra, trazer o embaixador da música eletrônica em um de seus programas mais clássicos para pagar de bom moço é, no mínimo, irônico. Na real eu queria dizer hipócrita.

Mas não ficam apenas aí as demonstrações de hipocrisia no terceiro milênio. Pegue qualquer programa humorístico do século passado. Por exemplo, TV Pirata, ainda da mesma emissora, continha ótimas e hilárias piadas, e qual eram os assuntos básicos? Racismo e sexismo. Piadas sobre minorias raciais e homossexuais. Vê se algum programa hoje em dia faz bom uso disso? Não, claro que não. Porque não é politicamente correto, porque pode dar “processo” porque pode ofender, porque pode causar queda na audiência e bla bla bla. Ou seja, mais hipocrisia, porque não importa a raça, credo ou classe social, desses dois assuntos derivam sempre boas piadas, e não assumi-las em rede nacional, mesmo que todo mundo saiba que elas existam, é pura hipocrisia.

Proibir certas drogas e não proibir álcool e tabaco é outra grande hipocrisia. É obvio que nesse assunto existem questões comerciais que talvez controlem mais este tipo de decisão, entretanto, continua sendo hipocrisia fazer de um caso de policia e de outro brincadeira de moleque. Todos viciam e todos podem ou não matar, só depende do usuário e do fornecedor. Se comunidades ancestrais sobreviveram milênios usando substâncias que causam alterações na mente sem nunca proibi-las, porque nós, seres mais evoluídos do planeta não conseguimos viver assim também? Seria hipocrisia? Ou apenas o capitalismo?

Mas não importa o assunto, sempre há hipocrisia. É aquecimento global comentado por grandes líderes que não aplicam as mesmas regras em seus dia-a-dias, jovens da classe alta fazendo protesto em favor do MST e muitos outros que, por terem virado hábito, provavelmente passam desapercebidos.

E então fica a pergunta, depois de um século de descobertas, viver um século de hipocrisia, o que nos reserva o século que vem? Voltaremos aos bacanais, às grandes festas de muita música, comida, bebida e orgias vividas pelos romanos? Ou nos fecharemos ainda mais em nossos mundinhos altistas? Uma pena que não estarei lá para ver.

De volta à maquina de escrever - uma história de café, passado à moda antiga

Nos últimos 20 anos, a maneira com que as pessoas se divertem e se relacionam mudou bruscamente e isso devido, é claro, ao acelerado avanço das novas tecnologias e telecomunicações.

Foi-se o tempo em que o CD ou o DVD eram grandes novidades. Hoje, quem não ouve música no formato mp3 ou qualquer outro digital não está apto a conhecer essa ou aquela outra novidade. Quem não assiste vídeos na internet não está por dentro das últimas notícias ou piadinhas. E já faz muito tempo que alguém não me mostra um álbum de fotos de verdade. Agora é só convite de e-mail para “veja meu álbum virtual”.

E também existem aquelas pessoas que levam outra vida no meio virtual como Second Life ou outros similares, mas a base é sempre a mesma, hoje em dia, as pessoas passam mais tempo na frente de seus computadores do que dormindo ou fazendo qualquer outra atividade social. E, desta maneira, é imperativo que elas continuem exercendo sua individualidade através desta ferramenta e de sua invenção mais colaborativa, a internet.

Seria impossível imaginar a vida nos dias de hoje sem esta incrível descoberta. Quanto tempo você economiza na vida por organizar seus compromissos, compras e viagens através da internet? Conversar com amigos e pessoas queridas utilizando cartas que chegam instantaneamente, ou ainda ficar o dia inteiro de bate papo através de tantos utilitários de mensagens instantâneas.

Tudo fica mais simples com a internet. Ver fotos, assistir filmes, marcar um encontro, conhecer um outro país, saber das notícias antes dos jornais, ouvir música, fazer amigos, iniciar relacionamentos.

Todos esses avanços também foram muito benéficos para a saúde financeira das empresas. A comunicação entre todos os setores ficou mais fácil, o transporte de materiais ou documentos se tornou mais ágil, o relacionamento entre cliente e empresa se tornou mais íntimo.

Entretanto, nem todo o setor empresarial gostou desta modernidade. Afinal, a internet é um lobo em pele de cordeiro, já que facilita os relacionamentos empresariais, e pessoais também. Ou seja, o funcionário que passa o dia todo trabalhando em seu computador, pode muito bem também se perder nas diversões atraentes da rede.

E é por isso que, hoje em dia, na contramão da tecnologia, milhares de empresas adotam práticas de censura cerceando a liberdade de seus funcionários. Ou seja, bloqueando certos serviços da internet para que seus trabalhadores não desviem um segundo sequer de sua função primordial.

É o cabresto virtual, onde o funcionário, que passa a maior parte de seu tempo em seu local de trabalho e o resto no trânsito, não consegue se comunicar com o mundo, apesar de o mundo ter se tornado um lugar tão fácil de se comunicar.

O trabalhador devidamente acabrestado não pode mais trocar e-mails pessoais com amigos e parentes, muito menos passar meia hora no bate papo para combinar o churrasco do fim de semana. Também não pode ouvir música, checar as últimas notícias, ou assistir um vídeo para distrair. E tudo isso, é obvio, para produzir mais, mesmo que infeliz. Pois obviamente, para estas genialidades administrativas, a felicidade de seus funcionários não é proporcional ao seu rendimento. Só eles para acreditarem que gente infeliz produz mais.

E assim, hoje em dia, depois de tanto trabalho para evoluir e alcançar maravilhas tecnológicas, é hora de voltar às origens. Eu trabalho numa agência de publicidade e as mudanças aqui, por exemplo, já estão agendadas pra que ninguém fique de vadiagem na internet. Eu que sou redatora vou ganhar uma máquina de escrever. Os diretores de arte, um jogo de esquadros, régua e compasso. Os programadores, um ábaco, os atendimentos, uma agenda e o resto que pare de reclamar.