Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

quinta-feira, julho 24, 2008

E como assinamos nosso próprio fim – uma história de café, do Apocalipse

É interessante pensar que um dia já fomos seres primitivos que viviam em cavernas e comiam carne crua sem se importar com a vaca louca ou com travesseiros de pena de ganso. Apesar de termos evoluindo muito, não só como espécie, mas também individualmente, acredito que em certos aspectos o ser humano, ou homo sapiens, involuiu muito também.

É só ligar a TV para ter certeza disso. E eu não estou falando apenas dos programas ridículos que atrofiam o cérebro de crianças, donas de casa e grandes empresários. Eu estou falando das indicações e comentários da nossa querida classe de formadores de opinião. Tidos como gurus do século 21, qualquer idiota que apareça em rede nacional dando dicas de beleza ou boa alimentação é imediatamente consagrado como mestre.

O que ninguém percebe é que eles estão apenas mandando todo mundo agir contra nossos próprios instintos. Oras, nós bem sabemos que nossa espécie não surgiu do nada, bem vestida, bem apessoada, de barba feita, depilada, silicone nos seios e corpinho esbelto. Se formos supor que o homo sapiens, ser humano ereto e pensante, existe a cerca de 2.000 anos, apenas os últimos 100 anos foram marcados pela vida como conhecemos hoje. Os outros 1900 anos foram exatamente ao contrário.

Ou seja, quando ligo a TV e vejo um imbecil dizendo que não comer carne vermelha é o segredo para ter uma vida saudável, quero entrar dentro do tubo e matar o filho da puta. Como é que ele explica a manutenção da nossa raça sendo que por pelo menos 1.000 anos de nossa existência comíamos sempre carne vermelha e ainda por cima crua?

Nossos antepassados caçavam, pescavam, plantavam e colhiam. Não tinham geladeira, não tinham condimentos, não tinham industrializados, muito menos microondas. Comiam o que tinham, na hora em que tinham. E se conseguiam caçar um alce, comiam o quanto agüentavam, porque não sabiam quando iriam poder comer de novo.

Agora sabendo disso, com é que um idiota aparece na TV dizendo que eu, ser humano, devo parar de comer carne vermelha? Certo, eu entendo que como hoje em dia não temos que caçar e, portanto temos carne à vontade, temos que consumir com maior parcimônia, mas quem essas pessoas são para dizer o que eu devo ou não devo fazer? Obviamente essa mensagem não se dirige a mim, e sim à legião de idiotas que tem na TV a solução para os problemas. Mas mesmo assim, como é que as pessoas podem acreditar numas coisas dessas?

A explicação é muito simples, ninguém se preocupa mais em conhecer quem é, todos querem simplesmente ser alguém, alguém que está na TV, principalmente. E qual é a forma de se tornar alguém que está na TV? Agindo como eles, ou melhor, seguindo os exemplos dados e sugeridos por eles.

Assim fica fácil explicar porque tem tanto silicone nos peitos hoje em dia, porque tem tanto homem com braços descomunais (lembrando que hoje em dia a gente não caça mais, nem tem que lutar contra ursos), e porque tem tanta bizarrice em tanto lugar.

Se o ser humano compreendesse que não tem que ser magérrimo para manter sua existência, que não tem que se privar de nada para manter sua saúde e que não tem que dançar conforme a música para estar na moda, talvez tivéssemos um futuro mais promissor à nossa frente.

Mas como hoje em dia temos que conviver com nações e nações de idiotas, acho mesmo que a coisa mais justa é que a natureza se volte totalmente contra nós, afinal, nos voltamos totalmente contra nossa natureza. Dessa forma, caso tsunamis, furacões, vulcões e terremotos voltem a atormentar a sua paz no noticiário das 21hs, saiba que isso é só o começo.