Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

segunda-feira, junho 16, 2008

Brasil: Presidente X Técnico da Seleção – uma história de chá, com pão e circo

No Brasil, é mais difícil ser técnico da seleção canarinho do que presidente da nação. Isso porque, quando você é técnico, você precisa ganhar, golear, ser campeão. Agora quando você é presidente, no máximo precisa falar bastante, mas não precisa fazer muita coisa não.

Se o novo técnico da seleção brasileira perde 3 jogos na seqüência, e especialmente se perde um deles para a Argentina, já é motivo para 180 milhões de cidadãos pedirem-lhe a cabeça.

Todos os noticiários irão falar apenas disso, todos os jornais irão escrever apenas sobre isso todas as rodas de amigos em todos os lugares de todas as classes sociais irão discutir apenas isso.

A população inteira irá se unir para exigir um novo técnico imediatamente.

Agora, em contrapartida, se o presidente aumenta os impostos, se o presidente usa seu cartão de crédito corporativo de modo indevido, se o presidente só viaja, se o presidente mal consegue falar, ou se o presidente perde o controle sobre a inflação, a população não move um cílio para exigir um novo presidente, ou novas medidas.

Ser técnico da seleção é agüentar uma pressão constante, a maior de sua vida. Ser presidente do Brasil é uma colônia de férias gratuita, com remuneração garantida e infinitos itens de bônus.

Para ser técnico da seleção, há de se ter culhão. Para ser presidente do Brasil, basta saber escrever o próprio nome e às vezes nem isso.

terça-feira, junho 10, 2008

Pobre de marré marré – uma história de chá, de meia

Desde que o mundo é mundo, existem os dominadores e os dominados. De lá para cá pouca coisa de grande importância mudou, apenas meros detalhes, alguns trâmites burocráticos, uns tantos títulos de nobreza e algumas nomenclaturas. O mais importante, o forte cordão que une uma classe à outra, ainda continua intacto: o medo aliado a uma enorme esperança de um dia conseguir a liberdade.

Mas se hoje somos todos homens livres, cidadãos de bem e pagadores de impostos, porque ainda temos esperança de um dia conseguirmos a liberdade? Porque o que temos hoje é a falsa liberdade, assim como os antigos conservavam a falsa escravidão.

A relação entre dominadores e dominados é um mal necessário à evolução da espécie humana. De um lado uma minoria astuta, inteligente e dotada de uma sorte extraordinária, enriquecendo as custas de esforços alheios e trabalhando para espremer ainda mais a massa de derrotados. Do outro lado, uma grande maioria sofredora (não são apenas os corinthianos) que trabalha muito, sonha pouco, ganha menos ainda, não possui sorte alguma e esperança em demasia.

O grande defeito dos dominados é nunca perceber que são a maioria e que poderiam juntos mudar o curso da história. A grande sorte dos dominadores é contar com o defeito de seus dominados. Apesar de serem em número menor, os dominadores não temem a força dos dominados, pois sabem que estes são incapazes de fazer coisa alguma. Isso porque, cegos pelo desejo de se tornarem livres e por conseqüência dominadores, eles não enxergam uns aos outros e continuam isolados em suas masmorras de pobreza, enquanto os dominadores enriquecem cada vez mais com esses esforços inúteis dos dominados.

O funcionário exemplar que se ilude achando que mostrando proatividade, alta produção e dedicação total e absoluta ao trabalho irá um dia chegar a posição de chefe está simplesmente alimentando essa máquina autodestrutiva. Trabalhando tanto assim e cobrando tão pouco, é a alegria do patrão, um cachorrinho bem treinado sobrevivendo de caricias desprovidas de qualquer sentimentalidade.

Chefe feliz e estagnação no emprego. Enquanto o dominado se ilude achando que “um dia chegará lá” o dominador enche o cu de grana e celebra a burrice de seus empregados. Isso porque, se os escravos se unissem contra ele, ele sabe que seria derrotado.

E assim é desde que Adão e Eva primeiro pisaram nessa terra. Na Antiguidade, os escravos obedeciam aos reis e imperadores. Na Idade Média, os servos, aos senhores feudais, e na Idade Contemporânea, o proletário, aos patrões.

Antes o homem ainda alimentava uma esperança real de liberdade, sair do cativeiro e tirar as amarras de ferro. Hoje em dia, a escravidão é psicológica e financeira, barreiras muito mais difíceis de serem quebradas. Agora, o escravo, vulgo empregado, é servo das artimanhas psicológicas de seu patrão, e escravo de sua dívida no banco. Não podendo largar o emprego, e ver-se então em LIBERDADE, nem por um motivo ou pelo outro, se mantém na mesma situação por toda a sua vida, alimentando a falsa idéia de que um dia terá dinheiro o bastante para realizar seus sonhos, ser livre, senhor de si, deixar de ser dominado.

Ao se dar conta de que nunca será um dominador, o dominado prepara seu plano de previdência privada, alimentando um novo falso sonho, de se tornar milionário aos 65 anos de idade, depois de ter perdido toda a sua juventude, o crescimento de seus filhos e talvez até de seus netos nesse delírio sem sentido, na busca pelo dinheiro incalculável e o poder que dele poderia ser obtido.

Agora, de que vale 1 milhão de reais com 65 anos de idade? Me diz? Porque o banco tenta me vender isso? O que eles querem que eu faça até lá? Eu quero mais é torrar todo o meu salário com tudo o que me der na telha porque nunca se sabe quando um caminhão vai passar por cima dos meus miolos sem dó nem piedade e toda essa história de dominadores e dominados não fará mais diferença alguma.

Afinal, é só pra isso que a gente trabalha. Juntar dinheiro e gastar. Porque mudar de vida, pensando pequenininho assim, ninguém vai. E essas histórias de gente que começou vendendo limão e hoje é dono de empresa de televisão não passam de mais um conto da carochinha.

segunda-feira, junho 09, 2008

Devido a problemas técnicos com direitos autorais... - uma história de chá e café

... esse blog foi retirado do ar há um mês. Isso porque um leitor me avisou que uma de minhas postagens, a que viaja sobre o que eu faria se ganhasse 500 mil reais, foi parar em um site do Amapá, Portal do Amapá para ser mais exata, como sendo um artigo de Renivaldo Costa (olha a catigoria do nome!), que se auto-intitula Jornalista e Educador.

Educador que rouba material intelectual e coloca em um Portal Estadual como de sua autoria não merece respeito, muito menos o jornalista que faz o mesmo. Agora imagine um Educador e um Jornalista na mesma pessoa com sérios problemas de caráter? Realmente não merece nem a merda da mosca que pousou em cima do coco do cavalo do bandido...

Obviamente, cega pela raiva de ser roubada, eu tirei o blog do ar, entrei em contato com o ladrão, fiz ele tirar o meu texto do ar também e tudo ficou por isso mesmo.

Aí, conversando recentemente com uns amigos, percebi que poderia ter me aproveitado melhor da situação, já que hoje em dia a circulação de material intelectual com autoria duvidosa é muito comum. Se vira e mexe eu recebo texto assinado pelo Luís Fernando Veríssimo que ele nem escreveu, porque isso não iria acontecer comigo? Ou seja, plágio, hoje em dia é elogio. E me disseram que a conexão no Amapá é uma das piores do Brasil. Olha só quanto esforço o meu ladrão-leitor teve que se submeter só para roubar algo de bom.

Sendo assim, lembrando que até publicidade ruim É publicidade, volto a deixar público esse blog. Isso porque, na época em que ocorreu o referido surto, esse endereço registrava sua maior audiência já vista. Tinha ilustres leitores desconhecidos e ocupava uma das 3 primeiras páginas de busca do Google. Hoje, fiz a mesma busca e ele não estava na relação nem dos 3 primeiros. Uma pena..

Bem, caro ladrão, caso pretenda usar indevidamente qualquer texto contido nesse endereço, por favor, cite a fonte de autoria: Raquel Machado. E caso utilize o material para qualquer fim comercial, por favor, envie o cachê para mim.

Caro leitor, espero que você volte a freqüentar o blog, prometo reabastecê-lo com maior freqüência. E caso não tenha nada para fazer, envie um e-mail para esse endereço. No resto do tempo, divirta-se com muito Chá, Café, ou Bolo!