Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Por que os seres humanos gostam tanto de apreciar o sofrimento uns dos outros? – uma história de chá, com uma gota de sangue

É impressionante, é chocante, você pode até discordar, mas é histórico. O ser humano adora apreciar a desgraça alheia. E desgraça não se restringe apenas a assistir alguém levando um tombo ou uma bronca. O que realmente diverte a humanidade é sangue, dilaceração e às vezes até requintes de crueldade.

E por que tudo isso?

Bem, primeiro, obviamente, porque o ser humano é o único capaz de matar, tendo total consciência de seus atos, um ser da mesma espécie pelos motivos mais diversos, inclusive por prazer.

Sendo assim, cada um de nós sabe que morrer não é somente uma consequência natural da vida, mas sim um risco constante e que pode inclusive ser causado por um igual. Tendo consciência de tudo isso, sentimo-nos impelidos a testar nossos sentidos, a imaginarmo-nos em cenas de mortes, e a temermos o dia de sua chegada.

Desta forma, observar a vida se esvaindo, observar o sangue sendo jorrado é uma forma de provarmos a nós mesmos e nos convencermos de que a vida é finita. E é por isso que assistir episódios de morte com grande atenção e curiosidade é um dos passatempos preferidos do homo sapiens.

Desde a antiguidade, a humanidade tem assistido a espetáculos sanguinolentos. Batalhas de gladiadores, enforcamentos em praças públicas, pessoas queimadas vivas e tantos outros

Atualmente, nos contentamos com os acidentes de trânsito, os atropelamentos, as guerras pela TV, jornais sensacionalistas, revistas exageradas, e-mails com fotos dramáticas, e toda e qualquer cena que contenha uma boa quantidade de sangue, seja ela na tela do cinema, ou ao vivo em alguma parte da cidade.

Por outro lado, é de senso comum que uma boa fofoca falando mal de alguém é sempre um bom entretenimento numa roda de amigos, ou mesmo em uma roda de meros conhecidos ou colegas de trabalho. Então, talvez o ser humano seja apenas sarcástico, nada de mais. Não dizem que Deus é sarcástico? Fomos feitos à sua imagem e semelhança, logo…

Por que aprendemos a fingir desde quando somos crianças? - uma história de chá, que finge ser água

Quando crianças, passamos muito tempo brincando de fingir. Fingir que somos adultos, fingir que somos pais, fingir que somos ladrões, policiais, donos de supermercados, empresários, cozinheiros, magos, bruxos, animais, bombeiros e o que mais aparecer na cabeça.

A única coisa de que não temos consciência é que toda essa brincadeira de fingir está na realiade nos preparando para a vida adulta.

Porque ao crescer, temos que decidir os papéis definitivos de nossas vidas e seguir encenando cada um deles. Isso porque, quando você cresce e arranja um monte de responsabilidades diferentes, é impossivel não perceber que para cada uma delas é necessáruio utilizar um tipo de máscara e fingir um personagem diferente.

Assim, criamos uma personalidade para lidar com a família, outra para os amigos e uma terceira para o ambiente profissional, principalmente porque no trabalho, é necessário conter algumas vontades, maneirar no vocabulário, cuidar das impressões, (primeiras, segundas, terceiras e tantas quantas possam aparecer) e mais um monte de pequenos detalhes que você se condiciona dia após dia.

E aí, qdo você se pega sozinho em casa sem a família, sem os amigos, e sem os colegas de trabalho, você, muitas vezes, nem sabe mais quem você é, como deve agir, como deve falar, o que deve fazer ou quem realmente você é.

É por isso que tem vezes que eu faço questão de ficar sozinha em casa. Eu e meus problemas, eu e minhas inquietações. Eu e o espelho. Pra poder pensar em quem eu sou, o que eu quero e o que eu não quero. Porque vestir todos aqueles personagens constantemente, muitos deles todos no mesmo dia, cansa.

E é por esse mesmo motivo que não me espanta nada que os casos de esquizofrenia não sejam mais notícia de jornal hoje em dia. Afinal, num mundo em que tudo muda muito rápido e você tem que ser tudo junto e ao mesmo tempo, todos nós sofremos de múltiplas personalidades sem nem ao menos chegarmos a ter consciência disso.