Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

segunda-feira, junho 10, 2013

Morto de fome - uma história de café, gourmet


O plano nasceu de um desejo. Desejo esse que veio de uma vontade. Vontade a qual surgiu do nada, quando acordou para mais um dia besta.

Não precisava ser muito elaborado, tampouco exigia muita preparação. Visitou o local algumas vezes. Sem entrar, é claro. Passava na porta, olhava o movimento. Olhava para o relógio. Ia embora. Fez isso dias seguidos, em horários alternados, sempre usando uma roupa diferente.

Até que chegou o grande dia. Tomou um banho mais demorado. Colocou uma de suas melhores roupas. Lustrou o sapato. Passou perfume e ajustou cuidadosamente o colarinho.

Saiu de casa confiante. Quando entrou no restaurante caro, o salão estava praticamente vazio, como ele esperava. Passou pelo maitre sem dizer nada, pelos garçons sem nem acenar a cabeça, pelo bar sem nenhuma sede. Entrou na cozinha, sacou o revólver, apontou para o chef e anunciou.

Isso é um assalto. Sirva-me agora um confit de pato com vol-au-vent de aspargos, Dom Pérignon safra 2003 e para a sobremesa, crème brûlée.

quinta-feira, junho 06, 2013

Eu atravesso a rua correndo pro monstro não me pegar – uma história de café, quadrado

atualizado


Vejo as crianças agarradas às grades das escolas, ao umbral das janelas, aos portões dos prédios, aos muros dos condomínios e isso só me faz pensar que a rua é um lugar perigoso.

Vejo os adultos presos aos volantes dos carros, às mesas dos escritórios, às esteiras ergométricas, às paredes dos quartos e isso só me faz pensar que a rua é um lugar perigoso.

Vejo os idosos presos às cartelas de pílulas, aos travesseiros das camas, aos ponteiros dos relógios, aos dias de visitas e isso só me faz pensar que a rua é um lugar perigoso.

Só que não, não é.

Perigo é essa gente que acha que mobilidade é carro, convivência é clube e segurança é o cara de preto.