Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

quinta-feira, abril 17, 2014

Será que o sol se sente realizado?


Ao contrário do que eu achava ter aprendido na escola, o sol não é uma bola sólida de terra incandescente, queimando sem parar. Ele é um aglomerado de gases e metais, girando em torno de um núcleo também feito de gases e metais, o que o faz estar bem distante de um sólido ou de uma massa homogênea.

O que une esse monte de gases e metais nesse formato circular é uma energia tremenda que atrai uns aos outros e os mantêm unidos brincando de rodar na mesma direção. É como ficar para sempre no looping da montanha russa sem correr o risco de cair.

Ou seja, o sol é um aglomerado de muita energia.

Aí eu paro e penso. Como é que essa fonte, vamos dizer praticamente inesgotável de energia, não se cansa de fazer sempre a mesma coisa? Como é que aguenta levantar todo dia e se por todo dia, pra voltar no dia seguinte e fazer a mesma coisa, e fazer a mesma coisa, e fazer a mesma coisa.

Com tanta energia disponível e tantas oportunidades e possibilidades por aí? Ficar sempre no mesmo...

É pior que o castigo de Sísifo!

Eu que não tenho um milionésimo de toda a energia do sol, mal aguento a prisão da rotina diária, imagina ele?

Pensa, o que é ter boa parte de toda a energia do universo, tá bom, do universo não, da Via Láctea e não poder gastá-la com coisas mais interessantes do que girar em torno de si mesmo igual cachorro correndo atrás do rabo.

Eu e minha modesta energia mal conseguimos ficar paradas um dia inteiro no escritório, imagina se tivéssemos que passar o resto da vida girando feito tontas, enquanto os amigos e familiares orbitam ao redor.

O sol é um guerreiro!

Sempre fui uma das maiores fãs do sol. Carteirinha do clube e tudo. Fico triste quando ele não aparece e admiro muito sua resignação em dar as caras todo santo dia, mesmo que às vezes umas nuvens recalcadas ofusquem sua beleza. Mas nunca imaginei que seu esforço fosse tamanho.

É fato. Meus dias ficam muito mais alegres quando o sol brilha no céu. As cores ficam mais bonitas, as pessoas mais atraentes e mesmo as tristezas mais escondidas. Mas daqui pra frente, mais do que tudo isso, agora ele virou sinônimo de paciência.

Aguentar fazer a mesma coisa todo dia, milhares e milhares de anos, talvez por toda a eternidade, tendo energia suficiente para correr o universo inteiro e, mesmo assim, aceitar sua sina facilmente não é pra qualquer um.

O que me leva a uma última pergunta. Será que ele faz tudo isso de bom grado, ou obrigado? É trabalho escravo, voluntário, ou assalariado?

Independente da resposta, só espero uma coisa. Que nunca em sua existência, o sol tenha que encarar a ansiedade gerada pela superestimação de sua produtividade.