Chá ou Café?

Chá. Chá preto, chá verde, chá mate, chá de lírio, chá de cogumelo.... para reunir os amigos, para conversar, para viajar... Histórias mais filosóficas, mais sensoriais, mais espirituais, mais... ........................................... Café. Café curto, café longo, café com um pouquinho de leite. Pra acordar, pra deixar ligado, pra tomar rapidinho no balcão. Histórias do dia a dia, teorias de 2 segundos, pirações mais terrenas...

sexta-feira, setembro 12, 2008

Alguém substitui o Fordismo, por favor??? – um conto de café, em série

Já está mais do que na hora dos empresários mudarem seus métodos de gestão de empregados. A revolução industrial teve início no século retrasado e muitas das práticas empregadas hoje em dia ainda remetem àqueles tempos.

Obviamente, o Fordismo foi uma das invenções mais importantes para os métodos de trabalho, mas é obvio também que essa fórmula não pode ser aplicada a todos os tipos de empregos, já que muitos deles não são tão mecânicos quanto aqueles a que o Fordismo se dirigia.

Todas as especializações profissionais que existem hoje em dia devem agradecer ao Fordismo por existirem, já que, antes dele, um médico, era apenas um médico, e hoje em dia ele pode ser um geriatra ou ginecologista.

Por outro lado, aplicar o mesmo método para trabalhos intelectuais pode ser altamente catastrófico. É muito leviano medir a capacidade de um destes profissionais apenas pela quantidade de trabalho produzido, ou tempo utilizado para tanto. A atividade mental demanda tempo e dedicação e depende de outros fatores alheios a máquinas.

Quantidade não é qualidade, é por isso que existem pesquisas quantitativas e qualitativas para medirem coisas diferentes, mas, ao que tudo indica, devido à grande concorrência do mercado, em todas as áreas, hoje em dia, qualidade para o empregador já virou sinônimo de quantidade. Quanto mais seus escravos produzirem, maior o faturamento e melhor para o bolso, independente da qualidade do produto final. E o produto final, nessa massificação incessante, está perdendo cada vez mais a sua qualidade.

Ou você acha que a queda da qualidade das obras literárias, cinematográficas, televisivas e todo o resto é reflexo do quê? Hoje em dia, as pessoas são pagas por quantidade e não por qualidade, e quanto maior a quantidade de coisas criadas, menor a sua qualidade, isso porque, no processo criativo, muito há de ser descartado antes do alcance do produto final, entretanto, nessa fúria pela obtenção do lucro imediato, nada mais é deixado de lado. Tudo vira objeto de consumo, tudo vira moda, tudo vira desejo.

Quando no início do século passado vieram os direitos trabalhistas, com jornada de trabalho semanal de 40 horas, férias obrigatórias e 13º salário, todo mundo achou que a alegria estava garantida, mas é muito fácil ver que as coisas não são bem assim. Não é possível aplicar essa fórmula mirabolante a um trabalho que dependa de sua capacidade intelectual por exemplo.

Não é possível exigir que fulano passe 8 horas na firma, batendo cartão de ponto para tudo e qualquer coisa e produza como um funileiro. Há dias em que o volume de trabalho é mais intenso, há dias em que não há nada o que se fazer. Não há motivos para que este ser humano esteja enjaulado por todas essas horas rezando para o tempo passar. É isto o que os empregadores ainda não perceberam.

Não perceberam que quando estão comprando a capacidade intelectual de seus empregados, não estão pagando por porcas e parafusos, mas sim por bens muito mais intangíveis e difíceis de mensurar. Não é a quantidade de palavras escritas que determina a qualidade de um texto, e sim a sua originalidade e relevância. E como ser original e relevante quando não te pagam por isso, mas sim pelo tempo em que você fica sentado em sua cadeira estragando sua retina na frente de uma tela de computador? Impossível. Da mesma forma que é impossível comparecer a todas as suas “obrigações” em horário comercial quando você trabalha exatamente neste horário.

E, há de se convir que direitos trabalhistas, hoje em dia, são realmente coisa do passado. É difícil um emprego que respeite todos os direitos do trabalhador, que ofereça férias a seus empregados, que pague horas extras ou não extrapole a carga horária semanal. O que eles querem é sempre mais, oferecendo sempre menos e cobrando uma produção dissociada da realidade.

Os empregadores do 3º milênio deveriam percebem que o mundo mudou, que a internet aproximou e também distanciou as pessoas, que o trânsito deixou nossas vidas inviáveis, que as doenças da alma e da mente já são muito mais perigosas do que as doenças do corpo e que por esses e outros milhões de motivos todos os modos de trabalho e cobrança dos mesmos deviam ser adaptados e reformulados de acordo com a nossa realidade.

No português claro, o empregado que está com tempo ocioso deveria poder usar seu tempo para si, ao invés de fazer presença, e quando este mesmo profissional estiver em produção, deve possuir tempo suficiente para aproveitar toda a sua capacidade intelectual, não usar apenas subterfúgios de fácil absorção para as massas no ímpeto de se livrar do pepino.

Falando de espirros – uma história de chá, resfriado

Eu acho o espirro uma coisa muito engraçada. Como pode uma manifestação espontânea de barulho ser tão rica em detalhes e personalidade? Se você reparar, não existe um espirro igual ao outro. Eles são como flocos de neve. São únicos. Cada um nasce com o seu e não troca mais. Não adianta tentar atribuir estilo, classe, controle de notas musicais, entonação ou intensidade, o espirro é simplesmente incontrolável.

Se eu não estou enganada, ouvi certa vez que o espirro tinha a ver com a alma. Que se você espirrasse muito forte, podia cuspir sua alma fora, ou algo assim. Guardadas as devidas proporções, isto até que faz um pouco de sentido, já que o espirro é algo que foge ao nosso controle, só pode ser mesmo obra de nossa alma.

(bizarro. Acabei de espirrar. E isso não tinha me acontecido o dia todo.)

A maioria dos espirros são muito engraçados, na minha opinião. Tem gente que literalmente BERRA ao espirrar. Tem gente que espirra escondidinho. Tem o espirro clássico, o atchim, e tem também todo tipo e qualidade de barulho. O ruim é quando o espirro sai acompanhado de outras coisas, como uma tosse, ou uma dor de barriga.

Agora cruel mesmo é quando você espirra com a boca cheia de comida, de pasta de dente ou de qualquer outra coisa. Normalmente, quando isso acontece, penso que poderia aproveitar a ocasião para fazer um quadro impressionista ou alguma releitura das obras de Pollock. Tenho certeza de que alguma dessas novas galerias iria expor meu trabalho como tendência. Já tenho até nome para a exposição: “Arte em Espirros – Uma Manifestação da Alma”. O triste é que eu nunca tenho uma tela em branco perto de mim quando isso acontece.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Divagações sobre a nova atitude do sol paulistano – uma história de chá, nublado

Você já reparou que agora o sol trabalha apenas de segunda a sexta e folga nos finais de semana? Espero que ele não comece a adotar a carga horária do congresso paulistano.

E o que foi aquela auréola de arco-íris sexta feira passada na hora do almoço? Alguma piadinha de mau gosto antes dele se retirar definitivamente para o seu final de semana recheado de orgias e depravações?

Qual será a atitude de protesto que o Sr. Sol irá tomar frente a convocação do horário de verão? Tenho medo que ele se rebele e vá tirar férias no Haiti. A-DO-RO o horário de verão.

Agora falando sério, quando o Sol vai parar de tirar sarro do pobre trabalhador paulistano? Porque chover no final de semana e fazer “céu de photoshop” na segunda-feira é muita sacanagem. Quem trabalha a semana inteira trancado numa caixa de concreto não merece isso. Eu quero ver esse sol ter coragem de aparecer assim, com toda a sua disposição, nesse final de semana. Porque feriado que cai em pleno domingo já é mancada suficiente para o sol ainda se atrever a não dar as caras.